adolescência e cuidados paliativos
Muito se fala sobre os cuidados paliativos adultos e geriátricos, assim como está começando a ser mais discutida a paliação pediátrica. Porém, uma fase da vida pouco falada no meio médico de cuidados paliativos e a fase da adolescência, o tratamento paliativo hebiátrico.
A adolescência é um período excitante. O jovem começa a procura pela sua independência, definindo suas próprias ideias e projetos de vida. Além disso, ele passa a olhar para fora da família, procurando a convivência e a integração com o grupo social em que está inserido. Tais mudanças geram conflitos necessários ao amadurecimento da pessoa. Então, imagine-se incluindo a experiência de um câncer.
Segundo a psicóloga Manu Mota, o adolescente, na literatura, tem consciência de que a morte é irreversível, mas a morte é do outro, a adolescência traz muito essa questão de invencibilidade. Ela conta que, nesse período, muitos jovens acabam se afastando da família e, se a família não conseguir entender esse afastamento naquele momento para se descobrir, ele não vai conseguir se desenvolver. É nesse momento que vão surgir as brigas. Mas aí quando a morte chega bem nesse período é muito desafiador porque sempre tem aquela hora do choque né, a morte é minha também ela não é só do outro.
“Eu já fiz atendimento que foi ajudar uma menina a fazer uma cartinha de Dia dos Namorados para o namorado dela, que também tinha câncer e que ela conheceu no hospital. Então a vida acontecia ali dentro; eles namoravam eles brigavam e eles cantavam; faziam roda violão eles eram adolescentes comuns e a vida funcionava ali, acredito que uma das coisas que me encantavam no cuidado paliativo pediátrico e hebiátrico era que a vida funciona, uma criança não tem essa noção de que está doente. A criança é muito mais concreta, diferentemente do adulto que fica pensando em mil coisas perto de uma morte iminente.”, comenta a tanatologista.
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